Brincar a sério

18.9.06

O Ensino

Ser professor já não corresponde, infelizmente, ao estatuto formador de cidadãos educados, de boas maneiras e respeitadores. A culpa vai direitinha para eles próprios, que quiseram com os seus direitos de autonomia, emanciparem-se. Antes da revolução, os docentes da Nação cumpriam com rigor o seu papel, logo após, foi o exagero das reivindicações. Fui estudante em Parede, concelho de Cascais, e lembro-me que a escola oficial (da câmara) era junto à estação de comboios, um casal de professores residentes, habitava mesmo no espaço da escola. Outros tinham residência fora, mas todos se empenhavam ao máximo, naquilo que haviam escolhido para profissão. Todos os meus professores eram já de idade bem avançada e nem por isso deixavam de ensinar. Estatutariamente, era um privilégio ser professor. Não posso precisar em que termos, mas os habitantes respeitavam imenso os professores. Hoje perdeu-se esse respeito, a começar pelos próprios governantes. Veja-se a luta serrada, que se produz constantemente a todos os níveis, entre o estado e os representantes dos docentes. Não vislumbro a curto prazo, que hajam alterações, visto que na luta encetada, tudo o que menos se discute é o tal respeito a que os professores têm direito, mas que comparado com os valores económicos, vai ficando cada vez mais esquecido, o que torna o papel dos governos muito mais fácil. É que sem dar por isso, ao prescindirem de ser respeitados como profissionais, dão largas às injustiças, tanto do governo, como dos pais e alunos. Cada qual tem os seus direitos, mas há valores acima desses direitos, e dos quais os governos não podem abrir mão. Os professores que actualmente gozam as suas reformas, nunca puseram em causa a mobilidade, e tinha que ser assim, pois existem demasiados professores, e por vezes com origem concentrada em termos de morada. Há portanto que os distribuir pelo país. Injustiças houve e haverá sempre, desde que alguém não esteja de acordo, com a colocação de que lhe é proporcionada. As colocações de docentes serão sempre a razão do descontentamento.

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