Brincar a sério

12.8.06

A Floresta e os animais

Os nossos amigos animais. http://www.mercadofloresta.org.br/ 11-08-2006 23:44:51 o esforço que faço para hoje vir escrever umas linhas no BLOG, é enorme. O afecto que sentia por um cão de nome Chappy, que além de bom guarda, era muito meigo. Pedia sempre a quem por ele passasse, acompanhado pelos da casa, uma festinha, um carinho, e se o não obtinha, sabia convencer pelo barulho que então fazia. É incrível o que se sente quando um amigo se vai. Havia de fazer este calor infernal, para ser obrigado a soltar o animal e deixá-lo escolher a sombra que melhor lhe agradasse. Todos os dias o soltava logo que o calor se fazia sentir, era agradável para ele e eu gostava de ver que afinal, acabava sempre por escolher uma sombra perto da casa dele. Mudava-lhe a água de hora a hora, tirava-lhe o comer, para não se alterar com as condições climatéricas, dava-lhe fruta que ele adorava, até laranja gostava. Coitado, mesmo com o calor, foi acompanhar a dona numa ida à fonte, em busca de um carrego de água fresca. Não chegaria a casa, foi colhido pelo triciclo motorizado de um vizinho deficiente, que descia a ladeira da fonte, com o motor desligado e em roda livre. Fosse um idoso ou uma criança, também não teria escapado, pois nem travagem houve, e tudo foi presenciado pela minha mulher, que ficou em estado de choque. O rapaz acabou por se despistar quando tentava voltar-se para ver o que tinha acontecido. Perdeu o controlo do veículo e acabou por ser arrastado uma dezena de metros, pelo alcatrão quente do Sol. O cão já o enterrei, e o rapaz apanhou um valente susto, mas já regressou a casa depois de passar a noite no hospital. Tem umas escoriações. Há dias assim, pensamos que estamos a fazer o que está certo, e depois dá tudo errado. Pois é, a época de calor e fogos está aí, e não há revelações que nos indiquem o caminho a seguir, para combater incêndios com eficácia. Todos os anos são anunciados propósitos e dinheirama para o combate, mas todos os anos se perde essa guerra. São bens e vidas desperdiçadas num ápice. Não terão os tribunais, um meio para castigar os pirómanos deste país? O crime de incendiar e porventura matar por combustão, ainda que involuntariamente, não será tão grave como roubo por esticão ou de carteirista? Dá-me a parecer que só se castigam os coitados com alguma dose de afectação mental, será? Um dia destes, apareceu uma notícia acerca do invento involuntário de um produto que não só atrasa a progressão de fogos, como também os extingue. A razão que a protecção civil encontra para não usar já o produto, é que são precisos testes de certificação. Então que altura mais adequada para tais testes senão agora, que os incêndios estão aí para durar e ficar? Realmente existem muitos interesses por detrás das actividades dos bombeiros, e acredito que nem sequer estejam ligados aos mesmos. Será possível que Portugal não consiga funcionar capazmente sem estes grupinhos favorecidos? Quando os estabelecimentos (mercearias) começaram a ter problemas de existência, ninguém se importou com o seu desaparecimento, protegeram-se os grandes e médios espaços comerciais, agora protegem-se estes industriais da desgraça. Até quando tanto favorecimento? Porque é que não existe uma central de compras para todos os sectores de actuação do estado e dos patrocinados pelo estado? Afinal é a dinheirama de todos nós que anda a servir estes interesses obscuros. O inventor do tal produto garantiu que estava em condições de, já este ano, poder fornecer o tal produto, que seria apropriado para lançamento aéreo, e sem prejuízo para a ecologia. Então porque esperamos? Que mais alguns se encham? Ou talvez mais mortes? É fantástica a maneira como os membros do sucessivos governos se alheiam de certos assuntos, quando as coisas se tornam cada vez mais claras aos olhos do cidadão anónimo. Colocaram-se militares da GNR, na prevenção e ataque avançado aos fogos, acho muito bem, mas foi preciso criar uma lei para o efeito, então não se podia, criar corpos de sapadores das forças armadas (profissionais) para combate a fogos? Gente que se especializaria rapidamente, pois dispõem de tempo ao longo do ano. A tropa faz falta onde faz, e não nos quartéis, à espera da reforma. Para eles seria um desafio, já que se trata de uma guerra sem tréguas, entre homens e a besta de fogo. Não combater com armas de fogo, mas sem essas e tendo outras. Não matar, mas salvaguardar a VIDA. Acho que há coisas interessantes a fazer tanto na prevenção, como no combate. Um exemplo seriam as brigadas de fiscalização de limpeza. Limpeza que teria obrigatoriamente de ser feita a custas dos moradores das localidades inseridas perto de matas e florestas. Estudos feitos, dariam por exemplo, um período de 4 ou 5 dias (registados pela brigada) a cada cidadão para dedicar à limpeza dos arredores do seu património. Obrigatoriedade de remoção ou destruição de matos e fenos, por meios adequados e eficazes. Com certeza que não seriam feitas campanhas, só quando o horror da besta de fogo se acerca das habitações isoladas, aldeias, vilas ou cidades. A cada grupo de interesses seriam arcadas responsabilidades, na aplicação da prevenção. O fogo é um elemento natural que não se justifica nem dá razão de ser, é incontrolável, por isso mesmo tem de ser dominado, não pela força, mas pela inteligência. Um assador de sardinhas já é um gigante em termos térmicos, agora se o compararmos com uma mata incendiada, é uma gota de água num oceano, portanto não restam dúvidas que, o gigante devorará tudo o que encontra, mas para isso é preciso que encontre o que devorar. SIM À PREVENÇÂO, mas não à prevenção escrita, sim à prevenção activa. Tenho uma porção de feno cortado no meu terreno, mas só vai ser possível destruí-lo quando chegarem os dias mais amenos, com uma humidade relativa a rondar os 60 ou 70 %, por queima ou enterramento, mas a queima é mais económica.. Dentro de algumas semanas vamos ter oportunidade de ouvir os esclarecimentos do governo acerca do combate a incêndios e veremos que apesar de tudo, dirão eles, as coisas até terão corrido bem, vão dar números baseados em percentagens e por aí fora. Ficaremos a saber que o pior de tudo foi os velhinhos não terem conseguido resistir ao calor. Por vezes é difícil manter um determinado tipo de escrita, virado para assuntos populares, mas as situações de alarme são demasiadas para não nos envolvermos. Tenho para mim que, mais do que ser feliz, é preciso viver num meio que nos proporcione essa felicidade, com tantos desastres a acontecerem, só mesmo quem se esteja marimbando é que consegue alhear-se. 17:37:29 Ass: V.R.

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